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Teste genético para Alzheimer?

As causas da doença de Alzheimer são multifatoriais, ou seja, são o somatório de um perfil genético de risco que interage com os fatores ambientais. Para conversarmos sobre a influência da genética na Doença de Alzheimer, precisamos dividi-la em Doença de Alzheimer de início precoce e de início tardio.

Alguns pacientes com Doença de Alzheimer têm o quadro clínico iniciado precocemente entre 30 e 60 anos de idade, a esses denominamos portadores de Doença de Alzheimer de início precoce. Nesses casos, é comum a identificação da doença em parentes próximos – com pelo menos três indivíduos afetados em duas ou mais gerações. Em 60-70% dos casos de Doença de Alzheimer precoce, poderemos identificar mutações em três genes: presenilina 1 (PSEN1), presenilina 2 (PSEN2) e precursor da proteína amiloide (APP).

Contudo, deve-se salientar, que essas alterações estão presentes em menos de 1% de todos os casos de Doença de Alzheimer. Diante disso, somente se sugere testagem genética sob orientação e acompanhamento médico, se houver uma história familiar de demência de início precoce e as características clínicas do paciente sugerirem Doença de Alzheimer.

Por outro lado, a base genética da Doença de Alzheimer de início tardio é mais complexa, visto que está provavelmente relacionada a uma variedade maior de fatores genéticos, os quais interagem com influências ambientais que fazem com que nossos genes se expressem com maior ou menor intensidade (epigenética). Dentre essa variedade de fatores genéticos, o mais firmemente relacionado com a doença de início tardio é a apolipoproteína E (APOE). A presença do gene para o alelo APOE4 aumenta a suscetibilidade para desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Contudo, quase 40% dos pacientes com Doença de Alzheimer não possuem essa alteração genética APOE. Logo, o teste genético para a APOE é altamente questionável e não recomendado na grande maioria dos casos. Dessa forma, sugere-se que esse exame não seja realizado em indivíduos assintomáticos e não deva ser usado como um único teste diagnóstico na investigação de pacientes com Doença de Alzheimer.

Acredita-se que no futuro será possível a análise do perfil genético de risco de uma pessoa, o que auxiliará na identificação do indivíduo com maior probabilidade de desenvolver a doença. Esse conhecimento permitirá que pessoas com perfil genético de risco para desenvolver Doença de Alzheimer consigam modificar os fatores ambientais, que ao interagirem com os genes causariam a doença. Contudo, mais estudos e investimentos são necessários para que a avaliação genética seja recomendada para a maioria dos pacientes e familiares com diagnóstico de Doença de Alzheimer.

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